
Eu sou uma foto antiga à espera da moldura
Sou a tristeza disfarçada em candura
Sou contradição, dicotomia pura:
Me aceita como eu sou?
Eu sou um livro aberto, páginas em branco
Sou endereço certo de um sorriso franco
Às vezes só desperto se levar um tranco…
Me aceita como eu sou?
Eu sou pura emoção, sou alma que irradia
Sou comoção, lágrima, sou alegria
Sou porto seguro no fim de cada dia!
Me aceita como eu sou?
Eu sou aquele que não mede sacrifícios
Que faz malabarismo à beira dos precipícios
Que, por amor, aceita todos os suplícios…
Me aceita como eu sou?
Eu sou turrão, conservador e previsível
E sofri muito quando entendi ser substituível
Sou um guerreiro que enfrenta o impossível!
Me aceita como eu sou?
Entenda que hoje eu sou só um aprendiz
Do estranho ofício de viver e tentar ser feliz
E que trago na alma uma horrenda cicatriz
Pela dor de uma história que renego e nunca quis.
O seu abraço é perfeito para o meu espaço
Só o seu amor anestesia minha intensa e aguda dor…
Já não sou mais o mesmo, mas mantenho a fé…
Me aceita como eu sou…
Te quero como você é!
Texto: Marcelo Felice